— Sabe, você podia dormir aqui um dia desses. Só teria que conversar com sua irmã e com certeza suas cunhadas apoiariam.
Bianca tinha recentemente engatado em um namoro a três com Reyna e Thalia. Estava levemente nervosa com a experiência, mas muito apaixonada e motivada a fazer dar certo.
— Will, meu sol, eu amo a sua mãe, mas ela tem o poder de sempre aparecer quando o beijo fica bom. E eu nem acredito que a gente tá falando disso.
Solace riu do outro lado da linha.
— Primeiro, faz mais de um ano que a gente namora. É normal querer dar outro passo. Segundo, você tá dizendo que eu beijo mal, Nico?
O moreno cora.
— Você sabe o que eu quis dizer, Solace.
— Talvez eu não saiba, Di Angelo. — Dava quase pra ver o sorriso provocativo que ele provavelmente tinha nos lábios. — Me explique, por favor.
Por alguns segundos, Nico se esqueceu como respirava. Sabia que ele inteiro estava vermelho, dos pés a cabeça.
— Por favor, Will, não me faça dizer.
— Por favor, estrelinha.
Um arrepio percorreu a pele do moreno quando ele se viu obrigado a falar.
— Sua mãe tem o poder de aparecer bem na hora em que o beijo esquenta e as coisas ficam mais excitantes, por assim dizer.
Uma pausa.
— Você está dizendo que minha mãe vai nos atrapalhar? Mesmo com a porta trancada?
— Estou. E eu duvido muito que ela nos deixe trancar a porta, pra começo se conversa.
— Hm... Você tem um ponto. Sua casa, então?
Nico assentiu.
— Vai ser melhor pra gente.
Eles ficaram em silêncio por um momento.
— Ei, amor.
— Diga, meu sol.
— Eu sei que intimidade é importante pra caralho pra você. Pra mim também. Eu só queria que você relaxasse um pouco e não pensasse tanto.
— Eu... tô nervoso.
— Eu sei, Neecks. Também estou, mas estou feliz porque vou fazer isso com você.
— Fazer o quê, Will? — Provocou.
— Nico...
— Fazer o quê, Will?
O loiro suspirou.
— Fazer amor. Estou louco pra fazer amor com você.
— Hm...
— É uma boa resposta?
— A melhor de todas.
Bianca bate à porta.
— Nico, preciso que você vá no mercado pra mim, por favor. — Grita ela.
— Preciso ir, Will. — Sussurra.
— Vai lá. Depois a gente conversa. Beijo.
— Beijo.
Eles desligam.
— Nico?
O moreno se põe de pé em um instante.
— Estou indo.
• • •
Nico está ajeitando o cabelo para cair em ondas pelos ombros quando seu celular vibra uma única vez e depois para. Olhando o celular, vê que há algumas mensagens de Will, verificando o código de "estou aqui" antes de ligar só pra chamar sua atenção (esse é o código).
Di Angelo dá uma última ajeitada na roupa antes de ir em disparada abrir a porta. O moreno está vestindo um short preto confortável e um moletom azul-claro que roubou ou do namorado. Passou um gloss que Reyna comprou pra ele e deixou tudo pronto.
Ao abrir a porta, foi surpreendido com uma foto espontânea. Will sorria pra tela do celular a medida que Nico processava a situação.
— Olha, Neecks. — O loiro virou o celular pra ele. — Você ficou muito fofo nessa foto, bebê.
— Eu...
Solace voltou a analisar a foto em seu celular. O rapaz vestia uma regata branca que destaca sua pele bronzeada; uma bermuda confortável e folgada; chinelos e traz uma sacola consigo. E uma sacola de farmácia e Nico cora ao notar.
— Fofo e um puta gostoso.
— Will! Entre logo!
Will obedeceu, beijando o namorado de leve. O moreno correspondeu e levou as mãos aos bíceps do garoto, apertando suavemente. De um instante para o outro, o loiro pegou Di Angelo no colo, segurando-o pelas coxas. Ambos arfam entre os beijos, incapazes de se afastarem.
— Quer continuar isso no quarto?
— Apenas nos leve pra lá, Willie.
E eles vão. Se deitam na cama, tirando peças de roupa um do outro lentamente. Eles se beijam, se admiram e se tocam timidamente pela primeira vez, absortos no desejo de dar prazer e se conhecerem nesse sentido.
A bolha de confiança, desejo e amor, na qual estão envolvidos subitamente estoura quando batem à porta trancada do quarto. Ambos congelam, sem esperar a interrupção. Não tinha como serem interrompidos, mas cá estão eles. Eles esperam e a batida se repete.
— Nico, sou eu. Leo. — A voz dele está pesada, carregada de tristeza e pânico.
Nico não sabe se fica preocupado com seu melhor amigo ou se agradece a si mesmo do passado por não ter dado a Leo a chave do seu quarto. Se tivesse, a cena que Valdez teria visto ia ser bem mais constrangedora e possivelmente traumática. O moreno correu para vestir sua cueca e seu moletom o mais rápido possível.
— Desculpe. — Sussurrou a Will.
— Tudo bem, Neecks. Teremos outra oportunidade pra isso. Vá ajudar seu amigo.
Horas depois, Di Angelo descobriu que Leo estava pra morrer de tanto chorar por causa de uma briga colossal que teve com seu namorado e o homem que dizia ser o amor da sua vida, Frank Zhang. Porque terminaram.
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