Nico olha o céu nublado, desejando que o clima fosse mais ameno. Sempre amou chuva e poder ficar enrolado na cama, mas queria mais ainda ver Will de novo. A dupla tinha ido ao shopping depois da escola, na tarde de quinta-feira, e o moreno queria repetir a dose no final de semana. Mas não rolou por causa da chuva.
Até que Will o liga.
— O que você tá fazendo agora?
— Fotossíntese. E você?
— Vai na sua janela.
O moreno obedeceu, avistando uma figura loura debaixo de um guarda-chuva azul com um telefone no ouvido. Solace encarava a janela e sorriu ao vê-lo, sussurrando no celular:
— Oi!
Nico não acreditava em seus olhos. Foi até a porta na velocidade de um raio, encontrando ele na calçada. O loiro vestia uma calça jeans clara, uma camisa branca e all-star amarelo. Estava lindo, como sempre. Excepcionalmente lindo.
— O que você tá fazendo aqui?!?
Will permaneceu calmamente inabalável.
— Eu queria te ver.
E ele sabia que o Di Angelo sentia o mesmo, sabia que ele ficaria desconsertado com aquela declaração repentina. Na verdade, com qualquer declaração.
— Pega um guarda-chuva, um casaco e vamo simbora!
— Pra onde?
Solace sorriu com carinho.
— Confie em mim. Eu tenho uma ideia.
Nico confiava. Entregaria sua vida nas mãos dele sem hesitar, mas não admitiria isso tão cedo. Calçou seu all-star preto, pegou o guarda-chuva da mesma cor e vestiu seu moletom favorito depressa. Após trancar a porta, o loiro passou um braço por sua cintura e o guiou pelas ruas.
Caminharam sob os olhares atentos de quem não tinha mais o que fazer da vida. Entraram em uma livraria perto do McDonald's. A loja tinha um ar aconchegante e era muito reconfortante ver os vários livros dispostos em mesas e estantes. O Di Angelo sempre amou esse tipo de ambiente, então estava amando ter entrado ali.
— Vou pegar um livro que eu tô querendo comprar e depois a gente vai no McDonald's. — Avisou o Solace. — Fique a vontade. Eu já volto.
Will segue pelo corredor onde ficam os romances policiais e Nico foi pra parte de histórias LGBT. O loiro o olhava de vez em quando, tão bonito concentrado. Só os deuses sabem o quanto ama esse garoto.
Permaneceram entretidos por um tempo até irem ao caixa. Di Angelo tinha dois livros nos braços. Ninguém vai te ouvir gritar e Felix pra sempre. Will pegou-os e colocou junto com o que queria levar. O moreno olhou-o, surpreso.
— O que você tá fazendo, Solace?
— Eu vou levar os livros. — Deu de ombros. — Qual é o problema?
— O problema, seu cínico, é que você não pode pagar pelos meus livros.
Ele ainda teve a audácia de rir.
— Tecnicamente, os livros ainda não são seus... Ai! E eu nem posso presentear quem eu gosto?
Nico não tinha argumentos e o loiro sabia, ele sempre sabia como deixá-lo sem fala e nem chão. Sabia como fazê-lo o amar ainda mais.
— Merda, você é muito irritante. — Bufou, cruzando os braços e corando.
Solace sorriu e pegou o dinheiro na carteira, voltando a encarar o moreno nos olhos como ninguém nunca tinha feito antes.
— Eu também amo você, Emo Boy.
A atendente embalou os livros e os entregou em uma sacola. Will tirou uma foto deles quando saíram da livraria. Nico com um meio sorriso enquanto seu loiro favorito beijava sua têmpora, o braço em seus ombros.
— Essa ficou muito boa. Vou postar no feed.
— Me marca, por favor.
— Por quê? Você nem vai ver.
— Quem disse que não?
— Uma pessoa que não gosta de redes sociais.
O coração do Di Angelo estava quentinho, então ele não se importava de ser meloso.
— Há algumas coisas que valem a pena nesse tipo de porcaria, como ter você na palma da minha mão a hora que eu quiser e em qualquer lugar.
Will corou porque não sabia o que responder.
— Se ainda fizer questão dos livros, pode pagar um lanche no McDonald's. O combo tá 15 conto.
— Eu adoraria.
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