Aviso para o capítulo: ABO, coisas explícitas, críticas a homofóbicos e uma educação "opressora", palavras de "baixo calão" e os detalhes citados não condizem com o universo original dos personagens utilizados na fic. Beijos! Boa leitura!
Fanart não é minha! Créditos à Znoze. |
Nico Di Angelo era um menino que tinha sido expulso de casa quando tinha 14 anos e passou a morar com um dos amigos da escola a partir desse momento. O pai do garoto especificamente não se importou em saber como ele estava, mas a mãe e a irmã não estavam do lado de Hades e tentaram ao máximo ajudá-lo.
Enfim, Nico tem cabelos negros abaixo do ombro; olhos escuros e profundos; um corpo afeminado; um estilo meio gótico; um jeito doce com quem gosta; um instinto protetor e é bastante introvertido. Mesmo sendo muito inteligente e estudioso, quando seu pai se cansou de todos os pormenores do filho ser um ômega, o expulsou.
Jason ficou muito surpreso quando soube dessa história e o aceitou em seu apartamento, visto que Thalia, a irmã dele, estava indo para outro estado para fazer faculdade e deixou o quarto livre para o irmão fazer o que quisesse com o cômodo. O loiro fez alguns bicos para comprar uns móveis para Nico e Bianca, irmã do ômega, levou caixas com as coisas do irmão para ele (Jason) levar para seu apartamento em seu carro depois da aula.
Anos depois desse incidente, continuou morando com Jason e fazia pequenos trabalhos para ajudar com os custos e as contas. Além disso, fazia alguns cursos online para não ficar parado e já tinha aprendido muito mais em 2 anos do que poderia ter assimilado durante seus anos perdidos na escola.
Sim, depois de ter sido expulso de seu próprio lar, seu pai foi na escola e alegou que Nico tinha decidido largar os estudos, o que era obviamente uma mentira. Sem provas e um responsável legal (Sua mãe foi terminantemente proibida de se manifestar quanto a isso e qualquer outra coisa) não podia se matricular outra vez.
Thalia estava na fase final da faculdade e vinha de vez em quando para visitar durante os feriados.
Nico sempre foi muito tímido e mal saia, preferindo jogar, ler ou escrever suas poesias ao em vez de "dar um rolê" com Jason. Em muitos aspectos, o moreno era reservado, só se soltando quando percebia que não corria nenhum perigo. Sempre teve essa paranoia e isso começou por causa de seu pai, Hades, que nunca lhe deu um apoio genuíno com nada que fosse. Um péssimo pai, eu diria.
Apesar de muito traumatizado emocionalmente, tentava muito melhorar e confiava de olhos fechados em seus amigos. Falando nisso, tinha uma excelente relação com seu companheiro de quarto. Eram piadinhas, segredos, zoeiras e momentos não tão felizes que compartilhavam diariamente. E em um desses dias:
一 Nico! Vem cá!
O moreno estava no quarto, estudando para a prova de um dos cursos que fazia quando Jason gritou chamando por ele e atendeu prontamente, indo pra sala em um pulo. Quando chegou lá, o loiro estava sentado no sofá, jogado, com um balde de pipoca no colo e uma série qualquer passando na TV.
一 Você pode ir no Starbucks pra mim? Pega só um café adoçado e com leite. O dinheiro está na minha bolsa. É só pegar uma nota de dez nela e ir 一 Disse ele, pondo um punhado de pipoca na boca enquanto volta sua atenção para a cena da série.
Nico ficou estático. Depois subiu a raiva e seu instinto introvertido o fez estremecer só de pensar em ter que falar com alguém. Ele gritou com Jason, chamando-o de folgado e preguiçoso. Disse que ele mesmo tirasse a bunda do sofá e fosse comprar o maldito café. O loiro tentou argumentar que era perto e Nico usou isso contra ele, dizendo que, se era perto, ele poderia ir sem problemas.
Acabou sendo vencido na guerra pelo preguiçoso em questão, um minúsculo acordo de "vou lavar a louça essa semana" e um pequeno presente como acompanhamento, e foi lá comprar o desgraçado do café que o amigo tanto queria para acompanhar sua pipoca e sua série mesquinha.
Uma descida de elevador, duas esquinas e mais treze passos depois, já estava na frente do estabelecimento, reunindo uma coragem que não tinha para conversar com uma pessoa, fazer o pedido e ir para casa, tudo isso sem ser grosso e curto, como geralmente age como forma de defesa.
Três mil suspiros e mais quinhentos calafrios mais tarde, tudo em dez minutos, o menor entrou no local, chamando um pouco de atenção. Caminhou relutante até o balcão e esperou um minutinho até que uma garota de cabelos castanhos, olhos que mudavam entre três cores (marrom, azul e verde) e um sorriso simpático o atendeu.
一 Bem-vindo ao Starbucks! Qual o seu pedido? 一 Ela disse, ainda mais simpática do que parecia.
一 Meu amigo Jason pediu que eu viesse comprar um café adoçado e com leite pra ele...
一 Oh! Você é amigo de Jason Grace?
一 Bem, sim... E o café é pra viagem.
一 Sim, vou buscá-lo agora. Já volto!
E ela sumiu por uma porta que devia ser a da cozinha e o moreno ficou ali esperando, com o dinheiro em uma das mãos e o cu na outra. Piadas a parte, ele estava bem nervoso, ansioso para sair dali correndo e essas coisas. Tinha falado com um desconhecido, primeira vez que fazia isso em anos, já que tinha se fechado completamente depois de "ter largado os estudos".
Foi enquanto lia os telões com os preços e especiais da casa que alguém parou do seu lado. Sentia um olhar queimando em seu rosto, que enrubesceu na hora, e retribuiu para ao menos saber quem lhe encarava tão intensamente. Ah, esse foi seu erro. Quase de ombro colado consigo estava um menino loiro, alto e de olhos azuis.
Deuses, pensou quase se engasgando com a beleza do garoto, claramente, mais velho. Que cara lindo! É modelo? Não! Não é da minha conta.
E Nico se forçou a olhar para frente, com muita vergonha. O garoto fez menção de que ia lhe chamar quando a menina de cabelo castanho, cor de chocolate, chegou com um café pra viagem e um saquinho de papel com marcas de gordura embaixo. Ela sorria como se tivesse sacado algo que não tinha percebido.
一 Nico, né? Jason Grace fala muito bem de você 一 Disse ela, ainda simpática 一 Além do café, tem um pastel de queijo e presunto pra você, tá precisando.
Ela riu um pouco. O moreno era realmente muito magro, mas nunca recebia comentários sobre isso, mas aquela garota parecia estar se importando de ele ter algum problema de saúde futuro com isso. Era gentil da parte dela lhe dar um salgado. A garota pegou uma calculadora, teclou alguns números e se voltou para ele outra vez.
一 Deu $9,50. Pagamento em dinheiro, cartão ou PIX?
一 Dinheiro.
Nico entregou a nota de dez e recebeu duas moedas de 25 centavos, além do café e do saquinho de papel. O garoto loiro à seu lado fez que ia falar alguma coisa, já que ficou lhe encarando o tempo inteiro durante a conversa com aquela menina, mas foi cortado repentinamente.
一 Diga à Jason que Piper mandou um beijo, OK? Tenha um bom dia!
一 P-pra você também.
O menor ia sair correndo, mas o de olhos azuis o pegou pelo bíceps, fazendo com que ficasse no lugar e se virasse para ele. Olhar dentro daquele céu foi seu maior erro do dia, senão de sua vida, pois ficou perdido no meio deles. Eram lindos. O garoto abriu a boca e disse alguma coisa, mas Nico não conseguiu entender, ainda assimilando que alguém que não conhecia tinha lhe tocado. Olhou-o confuso.
一 Você vem sempre aqui? 一 Repetiu ele.
一 Er...
Droga! Não tinha se preparado para falar mais nada do que tinha conversado com a tal Piper e ficou sem saber o que falar. Com toda a certeza do mundo seu rosto estava completamente vermelho e seu corpo tremia. Formulou uma frase na cabeça e forçou sua boca a pô-la para fora. Não podia ficar fazendo papel de bobo daquele jeito.
一 N-n-não mu-muito. Por que?
一 Achei você muito bonito. Eu posso pegar o seu número?
Que?
一 Ahn, por que n-não? 一 Gaguejou sem jeito.
O loiro pegou um guardanapo com um outro atendente e uma caneta, entregando tudo para Nico em seguida. Até pegou o copo e o saquinho para que ele pudesse escrever seu número, o que ele fez com as mãos trêmulas. Deixou seu nome no papelzinho frágil e pegou suas coisas de volta. Aqueles olhos azuis percorreram a escritura no papel e ele sorriu.
一 Eu sou o Will. É um prazer, Nico Di Angelo 一 Ele sussurrou, com um olhar... meio difícil de descrever. Uma mistura de interesse, desejo e paixão. Foi muito estranho.
O moreno assentiu, acenou e saiu as pressas. O coração na boca, seus batimentos cardíacos rugindo em seus ouvidos e seu sangue fervendo. O que tinha acabado de fazer? Certo, isso é obvio. Tinha dado seu número de telefone a um estranho que tinha ficado claramente interessado em si. Nico nunca tinha se assumido gay, já que ainda não beijou ninguém e também nunca transou*.
Treze passos, duas esquinas e um elevador depois, entrou no apartamento completamente em choque. Deu o café e o troco para Jason e já ia voltar para o seu quarto, de onde nunca deveria ter saído, quando ele o chamou e pediu que contasse como foi. Quando percebeu o quão pálido, mais do que já é, o amigo estava, perguntou se tudo estava bem.
Como poderia estar bem se a ficha de Nico tinha caído agora: Um garoto muito, muito atraente tinha flertado consigo e, ainda por cima, pedido seu contato.
C O N T I N U A
*1: Aquele negócio. "VoCê NãO sAbE, nUnCa ExPeRiMeNtOu E mImImI"
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