Em Brasas - XIII - o meu eterno adeus



 Querido Willie, 


 Depois de inúmeros dias em pura angústia, consegui pôr meus pensamentos "em ordem" para escrever essa carta. 

 A sua morte ainda é a pior coisa que me aconteceu nessa vida. Eu chorei como uma criança por horas seguidas. Chorei alto por dias até não ter mais voz. Chorei tanto que tive que ir no médico por causa da ardência nos olhos. E ainda choro como se o mundo fosse acabar amanhã. 

 Não há palavras suficientes no universo para que eu possa expressar o quanto eu te amei. E não há palavras para expressar a dor que consome meu peito, como se meu coração estivesse em brasas. É doloroso num nível que tenho certeza que nenhum ser humano já experenciou antes. 

 Sua morte foi cruel. Cruel com você, que sofreu antes de partir. Cruel com Naomi, que repentinamente perdeu um filho que ela quase matou pra ter. Cruel comigo, que tinha vários planos para uma vida ao seu lado. E rudo se esvaiu em segundos. 

 Nós tínhamos planos. Íamos nos casar, fazer faculdade, ter filhos. Porra, a gente tinha definido a porra de uma data pro casamento. Já tínhamos pensado nos nomes das crianças. Já tínhamos pensado no curso. 

 Pra. Tudo. Ir. Pro. CARALHO!!! 

 Eu queria que você estivesse aqui. Porque você é parte de mim, Will. Você era meu noivo, porra. Você era meu. E eu era seu. Eu era seu. E eu odeio que tudo o que tínhamos tenha virado passado absoluto porque um imbecil de merda bateu no carro de vocês. Jason e Frank estão bem. Mas e você? 

 Por favor, volta. Volta pra mim, pra sua mãe, pros nossos amigos. Volta pra viver o futuro que a gente queria viver juntos. Sem você aqui eu não consigo. Sem você, eu não tenho mais nada. Por favor. Will, por favor. 

 Caralho, é difícil conviver dia após dia com essa falta que você faz, com essa dor excruciante na minha existência. Não é justo que eu viva nossos sonhos sozinho. Não é justo que você tenha partido. Mas um dia vai chegar a minha hora e... E nos reencontraremos. 


Para sempre seu, 

 seu Neecks



Fim



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