Gilda estava muito brava, e com razão. Já tinha dito mais de mil vezes para Emma, sua namorada, pentear o cabelo diariamente, mas a cabeça de vento esquece, rola no chão, vira de um lado, vira do outro, dá mortal, cambalhota e depois vem reclamar que o cabelo tá uma bucha só. Se cortasse, dava pra lavar prato.
E aquele dia não podia ser diferente. A ruiva estava chorando horrores pensando na possibilidade de ter que cortar a cabeleira que ela tanto queria que ficasse grande do jeito que estava agora. Azar o dela! Cuidou? Penteou? Não, né!
A esverdeada só podia assistir o show de pontapés e prantos enquanto Norman, Ray e Don tentavam arrastar a garota até o cabeleireiro mais próximo disposto a ajeitar aquele desastre que estava o cabelo de Emma. Obviamente, a dita-cuja não estava nada feliz com a ideia e fez tanta birra que até uma criança de 4 anos ficaria com inveja.
O coração de Gilda amoleceu e ela teve uma ideia. Deixou seus amigos ainda na tentativa de fazer Emma desistir de "cuidar" daquele cabelo e foi montar seu arsenal para a guerra que estava por vir. Escova, creme, água morna, pente, palitos e elástico para prender os fios alaranjados da namorada.
Estava pronta.
Ray e Norman a olharam impressionados enquanto ela cruzava a sala e ia até a ruiva que ainda dava pontapés em Don para se livrar dele. Quando a viram, pararam imediatamente. Não era todo dia que se via uma garota de cabelos verdes, olhos castanhos, óculos, um cinto com várias ferramentas de guerra capilar e um jeito destemido como aquele.
Gilda pegou Emma pela orelha, arrastando-a pelo cômodo sem nem dar chance dela escapar de suas hábeis mãos. Só parou quando chegou ao seu quarto, pondo a ruiva sentada no chão e indo se sentar em um banquinho atrás dela. A garota fez que ia falar, mas um puxão a fez se calar na hora. Era apenas a escova da esverdeada em seus cabelos completamente embaraçados.
Aproximadamente uma hora depois, ainda sem muitos resultados, a outra continuava a atacar os fios de Emma, desembaraçando com os dedos, passando creme, água morna, o pente e em seguida a escova. Apesar de seus esforços não terem mostrado muito efeito, aos poucos percebia que ganhava a guerra capilar contra aquela juba.
一 Gilda... 一 Murmurou a de olhos verdes depois de dois puxões de pente 一 Você realmente não precisa fazer isso por mim. Os meninos podem me levar pra cortar. Não precisa desse trabalho todo.
Gilda borrifou um pouco mais de água morna em seus fios em resposta.
一 Preciso, sim 一 Ela disse, brava 一 Eu não estaria tendo esse trabalho se você estivesse cuidando e penteando o seu cabelo devidamente. Agora você se arrepende? Não, não. Deixa comigo!
Emma só pode rir nervosamente enquanto a namorada finalizava seu cabelo já bem escovado e com suas mechinhas trançadas pelas mãos talentosas de Gilda. Amava ela e, quase todas as vezes senão todas, ela tinha razão sobre sua teimosia e rebeldia. Podia até ser cabeça dura, mas, no fim das contas, todo esse sofrimento valia muito, muito a pena.
Super fofas! Bem a cara da Emma não pentear o cabelo
ResponderExcluirAposto que a Emma faz de propósito
ResponderExcluirSim, mano!
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